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Jardim do Paço Episcopal

Também conhecido como Jardim de São João Baptista, foi mandado construir por volta de 1720 pelo bispo da Guarda, D. João de Mendonça, após o seu regresso de Roma, onde viveu durante três anos. Embora o projeto original tenha provavelmente desaparecido com o terramoto de 1755 e o autor seja desconhecido, acredita-se que possa ter sido um arquiteto italiano, devido à influência evidente do estilo italiano de jardinagem, com a abundância de elementos florais, e ao hábito de figuras eclesiásticas portuguesas da época de recorrerem a artistas italianos para projetos semelhantes.


Algumas datas inscritas no jardim ajudam a situar a sua construção. Na base das estátuas de São João Baptista (a quem o jardim é dedicado) e de Maria Madalena encontra-se gravado o ano de 1725. Nas Tábuas da Lei, seguradas por Moisés, pode ler-se: “Ama o Senhor teu Deus e o próximo como a ti mesmo”, acompanhada da data de 1726. Foi também nesse ano que se construiu o Passadiço sobre a antiga Rua da Corredoura, permitindo o acesso entre os diferentes espaços da quinta sem atravessar ruas públicas, além de ligar à antiga Casa de Chá.


Mais tarde, no final do século XVIII, D. Vicente Ferrer da Rocha, segundo bispo da diocese de Castelo Branco, deu continuidade às obras no jardim. As conversadeiras abertas para o exterior e os vestígios de estuques decorativos nos muros testemunham estas intervenções.


No lado norte, encostada ao Paço Episcopal, encontra-se uma escadaria monumental com 33 degraus, representando os anos de Cristo à época da sua morte. Nos balaústres, destacam-se os bustos dos quatro grandes Doutores da Igreja Ocidental: Santo Ambrósio, Santo Agostinho, São Jerónimo e São Gregório Magno.


A meio da escadaria, encontra-se o busto do Papa Leão. Estudos recentes têm revelado detalhes como marcas de ferreiro nos corrimãos e o sistema hidráulico do século XVIII, que ajuda a compreender a sofisticação técnica do espaço.


Também conhecido como Jardim de São João Baptista, foi mandado construir por volta de 1720 pelo bispo da Guarda, D. João de Mendonça, após o seu regresso de Roma, onde viveu durante três anos. Embora o projeto original tenha provavelmente desaparecido com o terramoto de 1755 e o autor seja desconhecido, acredita-se que possa ter sido um arquiteto italiano, devido à influência evidente do estilo italiano de jardinagem, com a abundância de elementos florais, e ao hábito de figuras eclesiásticas portuguesas da época de recorrerem a artistas italianos para projetos semelhantes.


Algumas datas inscritas no jardim ajudam a situar a sua construção. Na base das estátuas de São João Baptista (a quem o jardim é dedicado) e de Maria Madalena encontra-se gravado o ano de 1725. Nas Tábuas da Lei, seguradas por Moisés, pode ler-se: “Ama o Senhor teu Deus e o próximo como a ti mesmo”, acompanhada da data de 1726. Foi também nesse ano que se construiu o Passadiço sobre a antiga Rua da Corredoura, permitindo o acesso entre os diferentes espaços da quinta sem atravessar ruas públicas, além de ligar à antiga Casa de Chá.


Mais tarde, no final do século XVIII, D. Vicente Ferrer da Rocha, segundo bispo da diocese de Castelo Branco, deu continuidade às obras no jardim. As conversadeiras abertas para o exterior e os vestígios de estuques decorativos nos muros testemunham estas intervenções.


No lado norte, encostada ao Paço Episcopal, encontra-se uma escadaria monumental com 33 degraus, representando os anos de Cristo à época da sua morte. Nos balaústres, destacam-se os bustos dos quatro grandes Doutores da Igreja Ocidental: Santo Ambrósio, Santo Agostinho, São Jerónimo e São Gregório Magno. 


A meio da escadaria, encontra-se o busto do Papa Leão. Estudos recentes têm revelado detalhes como marcas de ferreiro nos corrimãos e o sistema hidráulico do século XVIII, que ajuda a compreender a sofisticação técnica do espaço.


O Jardim divide-se em quatro áreas principais, ligadas por pontos estratégicos de articulação: a entrada, o patamar do buxo, o jardim alagado e o plano superior.


  • Entrada

A entrada atual data de 1936, pela Rua Bartolomeu da Costa, e foi desenhada pelo engenheiro Manuel Tavares dos Santos, respeitando o espírito original do lugar. O portal do século XVIII foi trazido de hortas adjacentes. Os painéis de azulejos nos muros, que pretendiam guardar memórias locais, incluem representações inacabadas da cidade e dos bispos responsáveis pela criação do jardim.


  • Patamar do Buxo

Com planta retangular, o patamar principal divide-se em 24 talhões delimitados por sebes de buxo, cinco lagos com repuxos (em alusão às cinco chagas de Cristo) e diversas estátuas organizadas em percursos iconográficos. Estes incluem representações do Zodíaco, as quatro estações, os elementos naturais (embora incompletos), e virtudes teologais e cardeais. Nos vértices do patamar encontram-se os "Novíssimos do Homem": morte, juízo, inferno e paraíso. No centro, São João Baptista observa o espaço de um plano elevado.


  • Jardim Alagado

A sul do patamar do buxo, este espaço apresenta canteiros trapezoidais que parecem emergir de um lago, criando um efeito visual impressionante. Entre os dois jardins, situa-se o Lago das Coroas, ornamentado com esculturas representando monarcas portugueses das dinastias até D. José I. A escadaria ao lado exibe reis das primeiras dinastias e, em menor escala, os Filipes e o Cardeal D. Henrique.


  • Patamar Superior

Este nível destaca-se pela alusão contínua ao poder purificador da água. A cascata central, encimada por Moisés, jorra água para um tanque que servia para rega e recreio dos bispos, outrora equipado com uma canoa. Estátuas de Santa Ana, a Samaritana e Maria Madalena completam a simbologia religiosa.


O Jardim do Paço Episcopal é um compêndio de espiritualidade e simbolismo, oferecendo aos visitantes uma experiência rica em história, arte e contemplação.

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